segunda-feira, 16 de julho de 2012

Tem gente que chega pra ficar, tem gente que vai pra nunca mais, tem gente que vem e quer voltar, tem gente que vai e quer ficar

Há muitas formas das pessoas entrarem e saírem de nossas vidas. Muitas vezes, uma aparente coincidência faz com que conheçamos uma pessoa incrível. Uma fila de supermercado, a pessoa na bicicleta ao lado na academia, a única cadeira vazia num curso que a gente decidiu fazer de última hora, um amigo do amigo do amigo em comum. Ou seja, basta uma fração de segundos para que a vida se encarregue de colocar alguém em nosso caminho que vai fazer toda a diferença na nossa existência.
Já a saída de uma pessoa de nossas vidas, esta é sempre mais complexa. Digo isso porque são inúmeras as situações. Por exemplo, uma pessoa pode vazar de nosso espaço, porque simplesmente queremos que ela desapareça. Ou até queremos que ela desapareça, mas não queremos de verdade, então ela fica e sai, fica e sai. Outras pessoas nós deixamos que saiam, mais por desleixo do que por vontade. Normalmente são pessoas pelas quais não batalhamos e que normalmente também não batalham por nós. Estas estão inseridas no famoso bordão: a vida separou a gente. E há, claro, aquelas pessoas que deliberadamente decidem sair de nossas vidas. Às vezes somos avisados. Às vezes não. Neste caso, sempre persistirá a dúvida se foi algo que fizemos e se poderíamos ter feito algo diferente. Ou às vezes até sabemos o que poderia ter sido feito diferente, mas não houve qualquer chance disso.
O pior de descobrir que uma pessoa quer sair de nossas vidas ou, por outro lado, não nos quer em sua vida, é notar isso nos pequenos sinais. Claro, é muito raro alguém dizer: olha, eu não te quero mais perto de mim, não te quero mais compartilhando a minha vida. Isso vai sendo feito aos poucos. De repente, percebemos que não fazemos mais parte dos amigos da pessoa no facebook coisas da modernidade. Essa é sutil, porque nem sempre isso fica perceptível logo de cara. Aí acontecem novidades e nós só ficamos sabendo porque alguém deu com a língua nos dentes, pois não sabia do nosso processo de banimento. Ou então, quando o encontro é inevitável, fica aquele silêncio que beira o constrangimento, e a falta de assunto é evidente. 
Quando nos damos conta, um abismo foi criado e não sabemos nem por onde ele começou a surgir, quanto mais quando ele se consolidou. À essa altura do processo, o maior questionamento é se temos o direito de tentar reverter esse quadro. No popular: devemos lutar pela pessoa? Ela quer quer lutemos por ela? Ou o seu desejo é tão somente ver a conclusão do plano que, por vontade própria ainda que mesclada à raiva ou à mágoa, iniciou?

Nenhum comentário:

Postar um comentário