quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Sobre o pós-guerra

Em tempos de guerra, a ética e os bons modos são muitas vezes deixados de lado. Ânimos acirrados, ataques gratuitos, agressões desmedidas. Amizades ??? desfeitas, relações familiares abaladas, brigas entre casais.
Eu não sou um bom exemplo. Costumo me exaltar com muita facilidade. O sangue italiano fala mais alto, eu elevo o tom de voz e qualquer conversa mais tensa descamba para a discussão. No entanto, procurei, durante o período eleitoral, adotar um discurso o mais ponderado possível. Demarquei minha posição, deixei claras as minhas convicções e, de início, alertei para aquilo que não admitiria ver em postagens da minha linha do tempo.
Ainda assim, me decepcionei com algumas pessoas, que não esperava ver adotando determinadas posturas. Com outras, o sentimento foi de tristeza ao ler algumas de suas postagens. Por fim, teve a categoria "pena". Fica difícil nutrir algum outro sentimento por criaturas desse tipo. Argumentos rasos e burros, preguiçosos até. Complicado estabelecer um diálogo de nível minimamente razoável. Por outro lado, me surpreendi positivamente com muita gente! Muita mesmo!
No fim das contas, o saldo foi positivo. Agradeço ao fato de não ter amigos preconceituosos e xenofóbicos, a maioria das conversas manteve-se num patamar aceitável e enriquecedor. Aprendi muito durante esse período. Ainda, fiquei feliz de ver pessoas entrando no debate, interessando-se por política. Tudo bem que ainda de um jeito torto, meio capenga, mas já é um começo.
Passado o período eleitoral, o calor das conversas tende a arrefecer. Muitos dos que participaram ativamente do processo eleitoral agora voltam às suas atividades normais, mais importante do que discutir/fazer política. Outros tantos mantêm-se atentos, pesquisando aqui e ali, conferindo a veracidade de notícias e de, quando em quando, metendo a mão na massa. Por últimos, temos aqueles aguerridos, os que não desistem, os que abrem mão de si em prol dos outros, os que não perdem a esperança jamais. São aqueles pelos quais nutro o maior respeito e admiração. Porque são eles os responsáveis por garantir que a nossa voz seja ouvida. Que trazem importantes temas à baila. Que tensionam para incluir na pauta os pontos que consideramos inadiáveis.
Então, se minhas palavras servem de algo, que não percamos de vista o que ganhamos em 2014: disposição para a palavra e para a luta. Que saibamos o nosso valor e o nosso papel. Que não entreguemos de mão beijada o nosso maior poder e não deixemos que calem a nossa voz. Porque do contrário, nem os vinte centavos, nem o "gigante acordou", nem o petralhas x coxinhas terão valido de absolutamente nada. 

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

As ideias estão no chão...

Quando as ideias começam a fervilhar em minha mente, eu fico assustada. Porque se por um lado eu planejo minha vida, gosto de ter os pés no chão, por outro eu tenho uns rompantes que me fazem querer dar conta de mais coisas do que eu acho que sou capaz.
Aí fica o diabinho sentado em meu ombro, me futucando e dizendo: "Vai, faz! Você consegue! Vai ser legal!" E eu querendo, mas não querendo. Não sei se vocês me entendem.
Meu receio maior é não querer correr um risco por medo de sair de minha zona de conforto. Depois vem o temor de estar sendo inconsequente. É esse conflito que não consigo solucionar. E sabe o que é pior? São duas as ideias, e elas são inconciliáveis. Ou seja, não basta decidir fazer algo. Tenho de decidir também o que vou fazer. A estratégia tem de ser bem calculada, porque toda escolha é relevante diante dos resultados que causa. 
É isso. Provavelmente qualquer novidade sobre o tema será apenas para 2015. Ou não.
PS: Antes que perguntem, eu não estou grávida e isso não está nos meus planos de curto e médio prazo. Por enquanto, o máximo que admito é adotar um cachorro. E olhe lá.

domingo, 19 de outubro de 2014

Os primeiros 70 a gente nunca esquece

Ontem foi aniversário do primogênito dos Marconi no Brasil. 70 anos. Uma vida. E se a vida merece ser celebrada diariamente, a cada instante, mais ainda quando essa captura do momento é tão simbólica. Nascer, renascer, escolher viver. Às vezes, sobreviver. A cada ano, um novo início, uma nova oportunidade, um cheque em branco que podemos preencher com quantos dígitos quisermos, tantas quantas sejam as nossas experiências.
Em razão disso, ajudamos a organizar uma festa. Uma linda festa, acho que à altura do aniversariante. Foi muito bonito ver a família reunida celebrando, se divertindo, compartilhando um acontecimento significativo. Lindo também ver os amigos participando, mostrando o quanto Rino é querido.
Espero que ele tenha gostado da festa tanto quanto ficamos felizes em ajudar a proporcionar esse momento. Que venham mais 70, 60, 50, que venham mais festas, jantares, encontros. Que a família possa estar sempre junto vivendo essas histórias e escrevendo novas, porque as próximas gerações dos Marconi também merecem muitos motivos para comemorar.

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Trabalho voluntário - não volun-otário

Acho interessante essa coisa de trabalho voluntário.
Eu sou uma pessoa que ajuda os outros. Seja respondendo uma pergunta, fazendo uma pesquisa, indicando um local ou prestador de serviço, explicando um caminho, dando uma força com algum conhecimento que tenho, ensinando o quase nada que sei, falando palavras de apoio...  Brinco que sou um serviço de utilidade pública, mas não faço nada além do que todos deveriam fazer. EU acho. E isso é muito pouco. Muito, muito, mesmo. Mas é o que temos para hoje. Se eu fosse ficar angustiada por todos aqueles pelos quais não posso fazer nada, eu procuraria o primeiro pé de coentro à minha frente para me enforcar. Não é o caso. Vou agindo de acordo com as minhas possibilidades. tentando passar um pouquinho de alento e até felicidade para algumas pessoas.
O problema é que existe gente nesse mundo que acha que pode cobrar. Mais ações, mais dedicação, mais comodidade.
Quer um exemplo? Eu sou bike anjo cadastrada para a região onde moro. Você mora perto e quer aprender a pedalar? Que ótimo, vamos marcar aqui perto e tudo bem. Mora longe? Poxa, chato, mas ainda assim a gente pode se encontrar em um lugar que seja perto. Não, desculpa, eu não vou para Lauro de Freitas te dar aula. É, eu sei, pegar ônibus é ruim mesmo, mas é você que quer aprender a andar de bicicleta, esqueceu? Hmmm eu tenho outras coisas para fazer, não posso ficar o dia inteiro à sua disposição. Ah, eu te disse que a aula era às 08:00h? Tem certeza que você não entendeu errado? Certo, ainda que eu tenha dito errado, o que eu duvido, será que você pode lembrar que esse aqui é um trabalho voluntário e que fica feio você já começar a aula reclamando justamente para a pessoa que vai te ensinar a andar de bicicleta? 
Ou seja, as pessoas querem aprender, de forma gratuita e ainda querem se dar ao luxo de escolher, dia, horário, local e o diabo a quatro. Não que ninguém tenha de aceitar trabalho mal feito. Mas quem se dispõe a fazer o que fazemos está completamente engajado em dar o seu melhor. Ninguém faz corpo mole só porque não está ganhando nada com isso. Aliás, ganhando nada vírgula, nós ganhamos muito: aprendizado, experiência, sorrisos e agradecimentos, que não tem dinheiro no mundo que pague.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

71 dias depois

Quem convive comigo de forma mais próxima sabe que de algum tempo para cá eu decidi que precisava fazer algumas alterações em minha alimentação.
Apesar de ter acrescentado uma atividade física em minha rotina, que muitas vezes tinha ritmo intenso e longa duração, não via o reflexo disso em meu corpo. Eu sentia que minha alimentação estava dissociada da minha prática esportiva. Percebi também que o nutricionista que me acompanhava tinha meio que jogado a toalha, como se o ponto onde eu havia chegado fosse o meu limite. Isso não estava me agradando nem um pouco.
Foi aí que, depois do arraso que foi a Copa do Mundo e isso não tem nada a ver com o 7x1, cheguei à conclusão que precisva fazer algo. Foi então que mudei de nutricionista. Alessandro me acompanhava desde 2011, era como se a nossa relação estivesse desgastada. Eu estava disposta a mais sacrifícios do que o que ele estava disposto a me impor. Chegamos a um impasse.
Tive algumas indicações do nutricionista que escolhi e achei que valia a pena a tentativa e em 24/07 comecei uma nova fase com Thiago Onofre.
Inicialmente, ele me provou por A + B que a minha alimentação estava em completo descompasso com toda a minha atividade física. Minha ingestão de proteínas e carboidratos estava totalmente desbalanceada, concentrada em horários inadequados.
Fomos fazendo algumas tentativas, mudanças no cardápio, adequações. Lidamos com a minha negativa de comer determinadas coisas, minha restrição a outras e as eventuais escorregadas. Chegamos ao cardápio que mais deu estímulo ao meu corpo, digamos assim. O que percebemos é que meu organismo precisa praticamente de uma terapia de choque para poder acordar.
Então, depois de 71 dias, o resultado é esse:


Muito bom? Sem dúvida! Estou super orgulhosa de mim mesma! Mas nada disso aconteceria se não fosse o sacrifício, a dedicação, a disciplina. Óbvio que as jacadas aconteceram #malditafeirinhagastronômica Ninguém é de ferro e estamos nessa vida para viver e isso incluir comer bem. Mas a exceção acontece e a gente segue adiante, sem culpa, sem sofrência, sem drama.
Até porque o caminho não acabou na verdade, não acaba nunca. Ainda tenho uma meta a ser alcançada até novembro. Tenho "tarefas" a serem cumpridas ao longo de cada semana e o compromisso comigo mesma de me manter o mais na linha possível. O que alcancei até aqui me dá ânimo e certeza para alcançar o objetivo estabelecido. 
Então vamos que vamos e que venham os próximos 42 dias!!!