Eu vou me alongar um pouquinho sobre uma postagem que fiz logo cedo no Facebook, pedindo por um Carnaval com menos selfies e coisa e tal.
Em primeiro lugar, quero dizer que não me excluo dessa cultura exibicionista. Mas tenho tentado deixá-la de lado.
Vamos por partes.
Meu Facebook é dividido entre amigos e conhecidos. Os amigos normalmente eu sigo. É uma forma de me manter próxima, principalmente quando não consigo encontrá-los pessoalmente com a frequência que eu gostaria -embora talvez seja a frequência adequada para o amigo. Enfim.
Só que alguns amigos nada mais fazem que postar selfies, fotos de comida, essas coisas já super batidas, né? Claro que é uma opção. Cada um faz aquilo que mais lhe agrada, realiza.
Eu é que levanto o questionamento. Principalmente a mim mesma, faço questão de deixar claro. Quantos momentos perdemos tentando fazer a foto perfeita de um momento que é, em verdade, incapturável? Deixamos de ver milhares de cenas pelos nossos próprios olhos para vê-las através de nossos smartphones, sendo que provavelmente esse vídeo ou foto nem será acessado novamente. Quantas e quantas vezes vi gente em shows mais preocupada em fazer aquela foto com o artista do que cantar a música favorita a plenos pulmões... E esses dias no Carnaval... Pais preferem que as crianças percam preciosos minutos a deixar pra lá o glorioso registro de seu filho pedalando no mini circuito. Pergunta para a menina ou menino se ele queria estar pedalando ou posando para foto!!!
E a comida, gente? Já deu né. Acho que poucas merecem o registro. Aí o tempo que a pessoa perde até achar o ângulo perfeito o prato esfriou, o sorvete derreteu... O que você ganhou além de o mundo saber que você comeu algo diferente de pão com ovo no café da manhã? O que ganhou não sei, mas provavelmente perdeu de fazer uma refeição plena, ativando todos os sentidos e desfrutando talvez da companhia de alguém agradável.
Aí temos as fotos da malhação, dos suplementos.. O check-in no aeroporto, no shopping...
O que não falta são realizações nossas ao longo do dia e que são indispensáveis de serem postadas #IroniaModeOn É evidente que não sou xiita e que creio que há situações das listadas acima que valem o registro.
O que trago para a reflexão, inclusive minha, é o bom senso. Vale a pena tirar o celular da bolsa e perder de curtir um momento fugaz, mas intenso? Se é algo que interessa a apenas uma pessoa, por que não mandar diretamente para ela? O que ganhamos com tamanha exposição?
E aos amigos que povoam a timeline de selfies e fotos de comida: não ache que eu te amo menos quando eu parar de te seguir. Ou talvez seja muita pretensão minha achar que alguém se importa se eu parar de seguir. E não se sinta acanhado de deixar de me seguir se achar que tantas postagens sobre bike ou feminismo, por exemplo, são desnecessárias. Cada um faz o que bem lhe aprouver.
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