domingo, 15 de fevereiro de 2015

Por um Carnaval com menos selfies (a explicação)

Eu vou me alongar um pouquinho sobre uma postagem que fiz logo cedo no Facebook, pedindo por um Carnaval com menos selfies e coisa e tal.
Em primeiro lugar, quero dizer que não me excluo dessa cultura exibicionista. Mas tenho tentado deixá-la de lado.
Vamos por partes.
Meu Facebook é dividido entre amigos e conhecidos. Os amigos normalmente eu sigo. É uma forma de me manter próxima, principalmente quando não consigo encontrá-los pessoalmente com a frequência que eu gostaria -embora talvez seja a frequência adequada para o amigo. Enfim.
Só que alguns amigos nada mais fazem que postar selfies, fotos de comida, essas coisas já super batidas, né? Claro que é uma opção. Cada um faz aquilo que mais lhe agrada, realiza.
Eu é que levanto o questionamento. Principalmente a mim mesma, faço questão de deixar claro. Quantos momentos perdemos tentando fazer a foto perfeita de um momento que é, em verdade, incapturável? Deixamos de ver milhares de cenas pelos nossos próprios olhos para vê-las através de nossos smartphones, sendo que provavelmente esse vídeo ou foto nem será acessado novamente. Quantas e quantas vezes vi gente em shows mais preocupada em fazer aquela foto com o artista do que cantar a música favorita a plenos pulmões... E esses dias no Carnaval... Pais preferem que as crianças percam preciosos minutos a deixar pra lá o glorioso registro de seu filho pedalando no mini circuito. Pergunta para a menina ou menino se ele queria estar pedalando ou posando para foto!!!
E a comida, gente? Já deu né. Acho que poucas merecem o registro. Aí o tempo que a pessoa perde até achar o ângulo perfeito o prato esfriou, o sorvete derreteu... O que você ganhou além de o mundo saber que você comeu algo diferente de pão com ovo no café da manhã? O que ganhou não sei, mas provavelmente perdeu de fazer uma refeição plena, ativando todos os sentidos e desfrutando talvez da companhia de alguém agradável.
Aí temos as fotos da malhação, dos suplementos..  O check-in no aeroporto, no shopping...
O que não falta são realizações nossas ao longo do dia e que são indispensáveis de serem postadas #IroniaModeOn É evidente que não sou xiita e que creio que há situações das listadas acima que valem o registro.
O que trago para a reflexão, inclusive minha, é o bom senso. Vale a pena tirar o celular da bolsa e perder de curtir um momento fugaz, mas intenso? Se é algo que interessa a apenas uma pessoa, por que não mandar diretamente para ela? O que ganhamos com tamanha exposição?
E aos amigos que povoam a timeline de selfies e fotos de comida: não ache que eu te amo menos quando eu parar de te seguir. Ou talvez seja muita pretensão minha achar que alguém se importa se eu parar de seguir. E não se sinta acanhado de deixar de me seguir se achar que tantas postagens sobre bike ou feminismo, por exemplo, são desnecessárias. Cada um faz o que bem lhe aprouver.

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